sábado, 30 de dezembro de 2023

O impacto da geração Z no mercado de trabalho

É considerável o aumento da participação da geração Z dentro das empresas nos últimos anos. A enxurrada desses jovens profissionais, muito bem-preparados e com a invejável energia da juventude, pode parecer representar uma ameaça para os trabalhadores mais experientes, já que indiscutivelmente a mão de obra mais jovem tem menos vícios, é muito mais barata e normalmente costuma ter o tão fomentado engajamento. 

Também chamados de pós-millenials ou Centennial, os representantes da geração Z são aqueles indivíduos nascidos no fim da década de 1990 até 2010. Representam 23% da população brasileira e ocupam 23 milhões de postos de trabalho – número que deve crescer ainda mais – segundo dados do IBGE. 

Ambientados em um cenário rodeado por tecnologias, a geração Z tem particularidades que moldam a percepção do mercado de trabalho, as perspectivas para o futuro e as relações sociais. 

Há ideais que vão além das atividades condicionadas à remuneração, com envolvimento em causas sociais e culturais sem receio de represálias. Aprendem bem (e rápido), estão sempre conectados e esperam que os líderes sejam parceiros e caminhem junto nesse aprendizado.

Algumas das características da geração Z são a facilidade e a habilidade de lidar com a tecnologia. Logo, com tal característica, essa geração vem criando – e utilizando sem demasia – a inovadora tecnologia da inteligência artificial, por exemplo, contribuindo para o melhor desenvolvimento da ferramenta, uma vez que essa geração conhece as necessidades presentes e futuras da sociedade, garantindo um significativo avanço tecnológico. 

Já os profissionais que estão há mais tempo no mercado de trabalho e nele permanecem, em especial os chamados baby boomers (pessoas que nasceram entre 1945 e 1964), iniciaram a vida profissional em um cenário de rigidez e disciplina e viveram o apogeu do mercado workaholic, em que valores como status e sucesso profissional eram culturalmente celebrados. 

Enquanto a geração Z tem um senso maior de responsabilidade social e ambiental, demonstrando mais interesse por projetos que tenham algum valor não tangível do que,

necessariamente, construir uma carreira sólida, os babies boomers têm o perfil mais conservador, valorizando principalmente a estabilidade financeira, com uma certa aversão às grandes mudanças. Ainda, ao passo que a geração Z preza por um trabalho mais flexível e mais ligado à tecnologia, os babies boomers ainda preferem métodos mais tradicionais. 

Diante disso, como lidar com os desafios desse flagrante conflito geracional no mercado de trabalho? A resposta não é simples e nem poderia ser, na medida em que o mercado de trabalho nada mais é do que o reflexo da sociedade e o modo como os indivíduos se relacionam consigo mesmos e com a coletividade. 

É importante ressaltar que cada geração apresenta desafios e oportunidades distintos e que cabe às empresas e à sociedade criar condições para que todas as gerações possam conviver e contribuir de forma positiva. 

Essa convivência pode trazer inovação, diversidade e novas formas de pensar e agir, o que é essencial em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico. 

Portanto, embora haja algumas diferenças entre as gerações em termos de objetivos e valores, é importante ressaltar que cada pessoa é única e pode ter seus próprios caminhos e formas de sucesso.

As empresas e organizações devem estar abertas e preparadas para lidar com essas diferenças e promover um ambiente de trabalho inclusivo e colaborativo para todas as gerações, valorizando as competências de cada uma, incentivando o diálogo e formando programas de mentorias para trocas de experiências e conhecimento. 

Então, quando duas ou mais gerações convivem e trabalham juntas, a troca de conhecimento técnico e principalmente de experiências de vida não deve ser vista como ameaça para nenhuma delas, mas sim como uma oportunidade de ambas aprenderem umas com as outras. 

É exatamente por meio desses aspectos que o trabalho nos próximos anos pode ter sua função social revigorada e sua contribuição pessoal para cada indivíduo renovada e otimizada.

POR: GABRIELA CARDOSO CARVALHO

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